terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem Juridiquês!

A reeducação linguística tanto nos tribunais como nas faculdades de Direito, com o uso de uma linguagem mais direta e objetiva, foi considerada o grande desafio da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), que em 2005 já iniciava uma campanha pela Simplificação da Linguagem Jurídica. O acesso ao Poder Judiciário ainda parece confuso para o cidadão e as causas da distância são pesquisadas com frequência pelas entidades jurídicas. Dois anos antes da campanha da AMB, uma pesquisa revelou que, depois da morosidade dos processos, as expressões jurídicas eram o que mais incomodavam o cidadão.
O próprio presidente da associação, em entrevista para a revista Língua Portuguesa naquela época, ironizou: “O vetusto vernáculo rnaneiado no âmbito dos excelsos pretórios, inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as súplicas do petitório, não repercute na cognoscência dos freqüentadores do átrio forense”, disse o desembargador Rodrigo Collaço.
A diferença entre o técnico e o arcaico ou rebuscado não indica, necessariamente, estilo. Muitos profissionais ainda hoje defendem o uso de termos jurídicos antigos ou em latim como forma de integração na área e demonstração de conhecimento. Besteira. Para advogado e jornalista Márcio Chaer, diretor de redação do site Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), “decisões incompreensíveis são como o câncer: ninguém pode ser a favor”. Chaer diz também que advogados poderiam “desistir de entupir” petições de argumentos inúteis, sintetizando os pedidos.
Uma das argumentações que resistem à simplificação da linguagem jurídica seria a utilização de mais palavras no lugar de termos técnicos que indicam o descrito de forma resumida e precisa. No entanto, existe uma diferença entre o técnico necessário e o excesso para encher linguiça. Bem, nada como o bom senso. Um detalhe importante é diferenciar a conversa com o cliente, que não é da área; além disso, outro ponto é a utilização de linguagem própria quando ela facilita o entendimento entre profissionais da área – usada por todas as áreas! Você já ouviu falar de economês? Pois é, isso também não é idioma! Que tal mediquês? Ah, duvido que você sairia de uma consulta médica sem entender o que você tem, qual será o tratamento e, principalmente, se vai sobreviver!
Veja o livreto que a AMB lançou durante a campanha (http://www.amb.com.br/?secao=campanha_juridiques).

Fonte: Liliam Raña - jornalista e estudante de Direito
blog: liliamrana.wordpress.com
e-mail: liliam.rana@estadao.com.br

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Revisor

O revisor de textos  é hoje figura cada vez mais rara nas empresas de comunicação, que comumente o substituem por ferramentas virtuais conhecidas como corretores de texto ou ortográficos, mas estas estão muito longe de preencher a lacuna deixada pela ausência deste profissional.

O praticante deste ofício não realiza apenas uma mecânica correção gramatical, mas sim uma completa intervenção no texto a ser aperfeiçoado. O revisor pode transformar desde meras palavras aqui e ali, até parágrafos inteiros, editando-os ou enriquecendo-os com a inserção de novos vocábulos.
Nas redações ou nas editoras ele trabalha conjuntamente com os profissionais responsáveis pela publicação dos textos revisados. É importante para o bom revisor e seus coordenadores verificarem não apenas a gramática, mas também a coerência discursiva, para que os escritos não se tornem confusos para o leitor.
O profissional competente não empreende uma leitura como qualquer outra pessoa; o revisor praticamente radiografa as palavras, buscando seus meandros mais íntimos e novas possibilidades e articulações que elas lhe ofereçam.
O revisor atua normalmente nas empresas jornalísticas e nas editoras, preparando o texto até que ele se transforme em sua versão final, pronta para ser publicada. Mas ele também pode realizar a revisão de pesquisas acadêmicas, complementando a revisão inicial do próprio autor do trabalho, o qual quase sempre faz uma autorrevisão antes de transferi-lo para este profissional, pois normalmente o criador do texto está muito ligado a ele e, portanto, mais propenso a erros. Na etapa final, porém, o escritor fará uma última análise das intervenções do revisor, para captar se o objetivo de seu trabalho foi alcançado.
A revisão se processa em várias fases. A primeira delas é conhecida como revisão primária, que às vezes é difícil de distinguir da etapa do copidesque – burilamento textual que pode ser elaborado igualmente por um redator – ou da preparação de texto – sua ordenação em parágrafos, capítulos, de forma a ganhar o formato final que será consumido pelo leitor. Este trabalho de revisão se atém mais aos aspectos ortográficos e sintáticos. Nas pesquisas oriundas de instituições de ensino é também realizada, neste momento, a adequação aos parâmetros da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - ou a outros órgãos similares.
Na Revisão Secundária são enfocadas as expressões verbais, os exageros no uso da eufonia – busca de sons harmoniosos na combinação das palavras -, a linguagem coloquial, a inteligibilidade textual, a sintaxe e a explanação das idéias. Todos os aspectos do idioma são profundamente observados. A Revisão de Provas é elaborada quando o livro já está disposto visualmente no formato da página; portanto todos os detalhes relacionados a esta diagramação devem ser verificados.
Finalmente, na revisão final, é empreendida uma leitura derradeira do escrito, quando então se observam as mínimas miudezas que podem ter restado. Lapidam-se as últimas arestas, antes que soe o momento da entrega do texto para publicação. E, claro, sempre restarão detalhes a serem conferidos enquanto for realizada uma nova busca. Daí o leitor normalmente ainda encontrar pequenos lapsos no momento do consumo do texto.
(Adaptado de várias fontes)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Melhorando a produção de artigos e teses


No mundo acadêmico, em que a quantidade e qualidade de artigos publicados é importante para o destaque profissional, é preciso estar atualizado e capacitado para produção rápida e eficiente de artigos. Podem ser artigos para a mais conceituada das publicações científicas ou postagens para seu blog, o primeiro tipo requer maturação de ideias e profundidade, o segundo tipo requer constância e brevidade. Mas qualquer texto moderno tem que ser mais ágil e mais dinâmico em sua estrutura, lincado internamente e externamente, atualizadíssimo e dando conta das informações globais sobre o assunto em pauta.

Algumas sugestões:
  1. Sei que você ainda deve ser apaixonado por papel, por livros, artigos impressos e por cópias xerográficas; vá abandonando esses amores, os textos estão cada vez mais em suporte eletrônico e você não poderá imprimir, carregar e rabiscar aquele monte de papel. Com o advento dos tablets, essa tendência recrudesceu e não há como evitar o texto virtual. Qualquer equipamento permite anotações, grifos, iluminações e comentários, tal qual era feito no papel. Desencane e chegue ao século XXI, cuja primeira década já se foi.
  2. Ao escrever, se a ideia já está toda na cabeça, escreva. Se existem apenas alguns pontos, escreva. Se for fazer uma "chuva de ideias", escreva, escreva, escreva. Não há nada mais produtivo para a escrita que escrever. Tudo que for escrito poderá ser aproveitado, descartado, modificado ou mesmo evitado conscientemente – depois de visto em forma de texto. É preciso que se criem mecanismos para evitar o bloqueio de produção, o “branco”. E escrever é o melhor método.
  3. Cuidado com o conflito de versões! Se você for salvando milhares de arquivos com nomes diferentes, sem lhes indicar a progressão, pode errar e trabalhar num arquivo ultrapassado e depois ter partes das boas ideias e dos trabalhos espalhados por diferentes arquivos, com perda de tempo e de conteúdo. Use algo como: versão a.docx. / versão b.docx. / e por aí afora. Mesmo nome com um indicativo sequenciador.
  4. Não tenha dó, escreva bastante, mas depois corte tudo que não for necessário, tudo que for repetitivo, tudo que for superficial e tudo que já tiver sido dito exaustivamente. Assim suas brilhantes ideias originais ficarão em destaque ao invés de se perderem no amontoado de coisas que os outros já escreveram. Refira-se ao que for de domínio amplo sem citar extensamente, refira-se ao antigo e ao novo sem juízos de valor por antiguidade ou modernidade, refira-se ao clássico de passagem, refira-se pouco a si mesmo!
  5. Reescreva, leia novamente imaginando-se na pessoa de seu leitor. Leia com calma. Guarde o material, deixe-o "descansar", sem consultá-lo por algum tempo, se for um texto que permita isso. Modifique o que for necessário. Encaminhe para um revisor de textos. Submeta a colegas e leigos que se dispuserem a ler. Discuta com o revisor as interferências que ele tiver feito. Se for uma tese ou dissertação, tente se antecipar várias semanas aos prazos: juro que isso será um diferencial positivo a seu favor. O revisor agradecerá a antecipação, o orientador fará uma festa e você se sentirá bem mais feliz se não ficar premido pelo tempo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Revisando seus textos

 O que é revisar um texto?
  • Revisar um texto é o processo técnico que visa torná-lo melhor que ele se apresenta. Qualquer texto pode e deve passar por contínuas revisões, a cada reapresentação ou reedição. A palavra revisar vem do latim revisere, significa nesse contexto ver de novo, examinar novamente, visar outra vez, e é algo diferente de rever simplesmente, pois implica a disposição para modificação e melhoria.
Mas não é só consertar ortografia, pontuação, gramática?
  • Claro que não! Na verdade isso é importante, mas a maioria dos programas de edição de texto já faz a maior parte desse trabalho. O trabalho do revisor fica abreviado por esses programas, sim, mas isso representa apenas um ganho de tempo para o autor e o revisor, não uma solução do problema. Revisar o texto inclui melhorá-lo em todos os aspectos, basicamente fazendo dele uma melhor ferramenta de comunicação entre o autor e o leitor. Eu diria que revisar é consertar o que estiver errado e concertar – assim com “c”, para que tudo esteja em harmonia!
Bem, então é uma questão de reordenar frases, evitar repetições, vícios de linguagem?
  • Sim, também isso! Essas questões ortográficas, gramaticais e de estilo são partes do processo amplo da revisão de texto, algumas vezes são chamadas de preparação do texto, outras de copydesk, ou de revisão primária, secundária até a revisão final – que nunca é a última mesmo, mas apenas significa que é preciso entregar o trabalho.
E o autor não pode revisar seu próprio texto, se ele for bom de português?
  • Todo autor lê e relê muitas e muitas vezes o que ele escreve. Todos fazemos isso. Mas o processo de revisão, como modernamente o compreendemos, pressupõe alteridade – o que quer dizer que é necessária outra pessoa, de fora do processo de criação do texto, para revisá-lo com isenção e distanciamento. As pessoas que estão envolvidas na criação do texto, autor ou autores estão muito próximas dele, podem deixar passar lapsos por terem uma leitura já apressada, ou pior: podem não perceber as dificuldades que uma pessoa de fora teria em compreender as informações e argumentos. Então, é necessária outra pessoa, ou outra equipe para a revisão do texto, principalmente se for um texto formal, destinado à publicação, seja pela edição, defesa ou qualquer outra mídia.
O que mais está envolvido na revisão, por exemplo, de um texto acadêmico?
  • Escrever é um processo de criação, no caso do texto acadêmico, a criação está comprometida com a apresentação de uma verdade suposta, de um conhecimento produzido ou de análises sobre conhecimentos anteriores – quando não for tudo isso. Esse texto tem características próprias, diferentes do texto literário ou jornalístico, por exemplo, portanto requer uma estrutura própria de apresentação das informações, dos argumentos e das conclusões obtidas; muitas vezes essa estrutura é formal, uma forma mesmo que limita a criatividade, e cumpre ao revisor, em tal caso, verificar se o texto ficou bem amarrado em tais parâmetros.
Precisa de uma revisão? Ligue pra nós!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Revisão é um processo demorado?


Revisão de texto, mais que um processo demorado, é um processo contínuo. A interferência do revisor profissional no texto, normalmente verificada imediatamente entre a conclusão do texto e sua divulgação, é sempre mais superficial que deveria ser. Mas ela sempre cumpre, de acordo com a condição possível, sua função de melhorar o texto, no contexto da pressa dos autores e cumprimento dos prazos. Também existe, como fator de limitação do trabalho do revisor e sua equipe, se for o caso, o orçamento disponível para o serviço e a capacidade pagadora do cliente. Normalmente, o revisor trabalha com o critério de três ou quatro visitas ao texto, em cada uma delas sendo checadas determinadas coisas. São as fases da revisão. Mas, para excelência, a revisão deveria ter um ciclo maior, com mais fases e com algum circunlóquio – retorno a fases anteriores; naturalmente, isso demandaria bem mais trabalho, tempo e dinheiro. A revisão de textos ajusta a necessidade à possibilidade existente, fazendo o melhor possível no contexto.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Monografias e TCC - dicas

Creio que a principal dica que se possa dar sobre trabalhos acadêmicos, para um estudante, seja esta:
  • Não deixe para última hora o começo do seu trabalho!
Mesmo não estando no ano da conclusão do curso, comece a decidir coisas sobre seu TCC: vá juntando a bibliografia que será utilizada, troque informações com pessoas da área, use a internet a seu favor nas buscas, deixe a preguiça de lado e vá a uma boa biblioteca. São muitas as medidas que você pode tomar para adiantar as coisas, não espere seus amigos começarem para você começar também.

Agora, antes de falarmos sobre a escolha do tema do seu trabalho de conclusão de curso, é bom lembrá-los que é preciso escolher qual será o professor que o acompanhará nesta jornada. Em muitas universidades, fuciona assim: o aluno escolhe o professor para ser seu orientador, o professor aceitava ou não e depois se inicia a discussão sobre os possíveis temas e abordagens a serem utilizados.

Porém, é preciso ter cuidado com as sugestões apresentadas pelos professores para o tema de sua monografia, uma vez que alguns temas não são exatamente o que o aluno precisa ou deseja pesquisar. Os alunos podem se sobrecarregar com informações que nem sempre são ligadas àquilo que eles desejam pesquisar no início do trabalho. Por isso, preze sempre por aquilo que você quer escrever, sugira o tema ao professor e tente convencê-lo de que sua idéia é mais apropriada para o trabalho.

Como escolher o orientador certo para meu trabalho?
Escolha um professor que você tenha bom relacionamento, mas principalmente, que seja capaz de auxiliá-lo da melhor forma possível. Acredite, ter um professor ao seu lado que não lhe dá a devida atenção é a pior coisa que existe. Por isso, não se deixe levar apenas pela amizade que você tem com ele, pese também a qualidade do acompanhamento que ele pode lhe oferecer.

Como escolher o tema da Monografia ou TCC?
Sem dúvida alguma, o momento mais tenso na elaboração de uma monografia é a escolha do tema por parte do aluno. Há sempre muitas opções a serem escolhidas, muitos caminhos a seguir e poucas certezas. Por isto, neste momento é importante parar e pensar no que realmente você gosta de escrever. Parece clichê, mas é a mais pura verdade: você só terá prazer em desenvolver o seu trabalho, durante um ano ou mais, se escrever sobre aquilo que gosta e domina.

Na escolha do tema do seu TCC, é muito importante unir o útil ao agradável, ou seja, escrever sobre algo relativo à sua formação e que, ao mesmo tempo, seja um tema que lhe seja agradável e desperte o interesse em pesquisar, investigar e saber mais sobre ele. Mas é preciso ficar atento a algumas questões durante o processo de escolha do tema, para não se perder no futuro. Veja:
  • Existe bibliografia suficiente para embasar suas pesquisas?
  • Você possui experiência profissional para falar sobre o tema? Se não, você conhece bastante sobre o tema?
  • Seu orientador será capaz de ajudá-lo nestas pesquisas? Qual a disponibilidade dele?
  • Você conseguirá chegar até o fim da pesquisa? Está pronto para desenvolver o tema sem ter que voltar atrás e mudar tudo que já foi feito?
  • Você estará preparado para defender o seu trabalho frente à banca examinadora?
Estes são apenas alguns aspectos importantes que devem ser observados ANTES de escolher o tema de sua monografia. Mais algumas dicas: 
  • Vá com calma, não escreva sobre tudo. "Não tente abraçar o mundo com as pernas”. Muitos alunos e professores, no ímpeto de criar um trabalho grandioso, acabam por querer escrever sobre todos os aspectos de um tema, gerando assim um trabalho gigantesco, cheio de variáveis analisadas, questionários, gráficos etc. Isto é um grande erro! Faça somente aquilo que você pode dar conta, dentro do tempo estipulado para a pesquisa, senão certamente você se perderá no meio da execução da monografia. Não estou aqui sugerindo que você faça um trabalho pobre, mas sim um trabalho bem elaborado, com calma, com atenção e muita dedicação, dentro das suas possibilidades.
  • Evite polêmicas. Procure evitar temas muito polêmicos, que gerem muita discussão ou que “ofendam”, de certa forma, alguma pessoa ou classe. A menos que você tenha total domínio do tema e esteja preparado para algumas horas de debate com sua banca. O que eu não recomendaria nunca.
  • Faça uma lista dos possíveis temas para sua monografia. Por isso, escolha bem o seu orientador, faça uma lista dos temas que mais gosta de escrever, ou aqueles que tem alguma afinidade. A organização nesta etapa é fundamental para que o restante do trabalho saia exatamente como planejado. Depois de criada a lista, sente com o professor e discuta sobre os temas indicados, encontre a melhor opção e comece já o seu trabalho.
Fonte: adaptação de artigo sobreadminitração.com

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mensagens eletrônicas


Não é porque seu texto será um simples e-mail, ou um simples post para seu blog, ou um simples bilhete, que ele pode ser feito de qualquer maneira. O zelo independe do meio. Rapidez e concisão não podem ser pretextos para textos truncados na internet!

Mensagens eletrônicas são um misto de língua escrita e falada. A redação rápida é, aqui, comparável à fala de improviso. Mas é preciso considerar que a mensagem SERÁ LIDA!. Pensa-se e digita-se quase que ao mesmo tempo. Ao ser recebida pelo destinatário, o autor da mensagem não estará fisicamente presente para esclarecer imprecisões e trechos obscuros. Por isso, escrever de maneira rápida exige síntese e releitura, antes do envio.

Muita gente costuma escrever em meios eletrônicos como se estivesse falando despreocupadamente, com frases mal organizadas, sem clareza. O texto tende à informalidade, mas faz-se necessário evitar erros que comprometam a imagem do redator.

Como a redação da correspondência empresarial demanda rapidez, os textos devem priorizar a simplicidade, clareza e objetividade. Uma vez que ninguém tem tempo a perder, o vocabulário deve fazer parte da linguagem usual, sem rebuscamentos que tornem a mensagem complicada. Mas simplicidade vocabular não significa repetição exaustiva de termos, abreviações apressadas ou construções truncadas. Para obter concisão, qualquer que seja o meio, deve-se evitar dizer em muitas palavras o que se poderia dizer em poucas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Depois de revisado o texto já está pronto?

Pronto o texto estava antes de ser revisado, e pronto o texto nunca está. Pronto é quando o texto vai para a revisão. Quando ele volta dos revisores, ele não está pronto mais: muito nele terá sido modificado e caberá ao autor considerar as sugestões dos revisores. Isso mesmo, sugestões; os revisores apresentam sugestões a serem consideradas pelo autor, afinal o texto tem dono. Assim, cumpre ao autor, depois da revisão, deliberar sobre as interferências do revisor. É certo que o autor não vai reverter lapsos ortográficos, concordância ou outros elementos mais simples em que houver interferência, mas em uma frase que tenha parecido ambígua ao revisor o sentido pode ter sido invertido! É esse o problema da ambiguidade: pode ser entendido o contrário do que se pretendia apresentar. É comum haver troca de informações entre autores e revisores durante o processo, e os critérios e compreensão dos assuntos vão se afinando... Mas aqui estamos falando de uma revisão ideal, aquela rara em que não há premência, o tempo sempre foge por entre os dedos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Erros Ortográficos

Tenha sempre cuidados na escrita das palavras. Erros ortográficos podem desfazer a boa imagem que os outros fazem de nós.

Os problemas de grafia dos brasileiros são muito maiores do que as dúvidas porventura estimuladas pelo novo acordo ortográfico. O sistema Anglo compilou até uma lista com erros frequentes em redações de concursos. Há os tropeços de memória semântica ou sintática e de insegurança gráfica ("porque" junto ou não, "mal"/"mau", "exceção", "privilégio", "flagrante", "infringir" etc.). Há também a falta de correlação visual ou de sensibilidade acústica na hora de se localizar a sílaba tônica: "anônimato" (por comparar-se ao cognato primitivo "anônimo"), "espontâneidade" (devido a "espontâneo"), "essêncial" (de "essência"), "ingênuidade", "paciênte", "váriados". E há os casos em que se sabe que uma palavra tem acento, mas não onde: daí "tambêm" e "alguêm", denunciando o quanto a pessoa escreve pelo olho, não pelo ouvido nem pelo cálculo. Outra categoria é a dos termos acentuados sem consciência do que se está fazendo. Daí "algúns", "álias", "cancêr", "chápeu", "avalia-lá", "ângustia".

O balanço é preliminar. Imagine se fosse feita uma amostra estatística completa?

terça-feira, 10 de maio de 2011

O revisor vai reescrever o que o autor escreveu?

Não mesmo, ele não quer e nem tem tempo para fazer isso, assim como o autor consciente e cioso de seu texto não quer que ele seja reescrito. Existem revisores e revisões que interferem mais ou menos no texto, conforme a necessidade, o tempo disponível e o que ficar combinado entre autores e revisores. Revisão de textos é uma parceria, revisores trabalham em função de seus clientes, os donos ou autores do texto; então, fazem o que lhes é solicitado. Uma máxima dentre os revisores é: não fazer nenhuma interferência sem que haja justificação para ela. O autor sempre pode perguntar o motivo de alguma alteração e, informado, decidir sobre ela.
O texto que a gente escreve é obra da gente; é normal gostarmos dele. Pincipalmente quando se é iniciante ou se escreve pouco, gostamos mais ainda daquilo que produzimos e gostamos menos que outros modifiquem. Mas é para isso que existem revisores, para mudar para melhor aquilo que foi escrito. Os autores melhoram também sua produção ao aprender com os revisores, mesmo os revisores aprendem continuamente uns com os outros. Assim como revisão é um processo contínuo, aprender a escrever também – os revisores estão sempre aprendendo mais, com os autores, com os gramáticos ou lexicógrafos e com os colegas de profissão. Nesse aprendizado, os revisores se aperfeiçoam no ofício de revisar e tendem a melhorar como autores também, afinal, desconheço revisor que não seja também autor.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Como organizar o que dizer (ou escrever).

Ordenar as ideias é o primeiro passo para quem quer fazer entender-se.

Começar um assunto, pular o meio, retomar o fio da meada, para depois desviar-se de novo, todo atrapalhado. Sinais como esses mostram desorganização de pensamentos, e esta sinaliza uma falta de objetivos sobre como tratar um assunto. A imagem que fica é de alguém disperso, inseguro, talvez pouco confiável. Por isso, alguns cuidados prévios.

1. Imagine todos os aspectos negativos de cada afirmação sua. Esteja preparado para responder a cada um desses fatores.
2. Qual a informação compartilhada pelo leitor? Quem nos lê ou escuta não tem obrigação de intuir o que sabemos e pensamos.

É razoável buscar construir, na mente do ouvinte, uma imagem do que se fala. Ao escrever, é preciso ordenar as ideias e os termos da oração (sujeito, predicado, complementos), ter cuidado na escolha de palavras e usá-las em construções sintáticas as mais simples. Organize o que vai dizer, definindo o rumo a seguir após escolher os argumentos que vai usar.

Todo escrito se organiza em torno de um elemento de referência, que lhe dá coesão. A partir dele, todo o resto se posiciona.

Uma ideia deve levar à próxima, sem sobressaltos. Uma afirmação relaciona-se à anterior e à seguinte. Um texto bem escrito não provoca perguntas de preenchimento, em que o leitor tem de voltar ao mesmo trecho para entender o que foi dito.

A criação dos argumentos

Escolha o seu modo de organizar o que tem a dizer:
- Fazer lista de palavras-chave.
- Anotar o que vem à mente, desordenado, então cortar e ordenar.
- Resumir ideias e partir para o detalhe, o exemplo, a ideia secundária.
- Criar 1º parágrafo para desbloquear e desenvolver as ideias nele contidas.
- Escrever a ideia central e as secundárias em frases isoladas para aí interligá-las.
- Criar um sumário ou esquema geral do texto.
- Organizar na mente os blocos do texto para depois estruturá-lo.

Fonte: Revista Língua Portuguesa

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Seu interlocutor

Lembre-se: a adaptação ao interlocutor dita o rumo da prosa. Ao conversar, é preciso adaptar-se ao nível de formalidade e reduzir a resistência da plateia à sua opinião.

Falar bem é mais do que se fazer entender. É saber o contexto em que sua fala será recebida.
A falta de adequação ao nível de formalidade exigido pelo contexto virou um problema de idioma. Há de se preparar o terreno, modificar o conjunto de opiniões e valores prévios, partilhados por quem nos ouve, e só então abrir espaço para a nossa opinião.

Para falar melhor, é preciso, enfim, entender o interlocutor, para não confrontá-lo de imediato. O que NÃO significa fazer o jogo oportunista de quem concorda com tudo. Deve-se criar um campo neutro de conversação, mas que prepare o interlocutor para a opinião que se defenderá. Começar por afirmações com as quais a pessoa concorda sinaliza que não se é adversário, abrindo espaço para o próximo ato. Sem esse esforço prévio, o ouvinte nem teria paciência em nos ouvir.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O dois-pontos

Na Idade Média, quando a pontuação ainda tinha a função de orientar a leitura em voz alta, o dois-pontos correspondia a uma pausa moderada, com uma elevação da voz que informava aos ouvintes que a frase ainda não tinha terminado, pois o que viria em seguida era a metade que estava faltando para que a ideia ficasse completa.

Embora tenha ocorrido uma mudança radical no objetivo da pontuação - que passou a desempenhar uma função exclusivamente sintática - o dois-pontos continua a avisar o leitor de que existe uma ligação lógica entre o que acabamos de dizer e a informação suplementar que vamos fornecer em seguida. Essa informação adicional contida na segunda parte da frase pode ser uma causa, uma consequência, uma análise, uma síntese ou uma exemplificação da primeira.

Por causa da representação gráfica deste sinal, houve quem o comparasse a um portal que convida o leitor a continuar - ou, na metáfora mais comercial, a um aviso de que ainda falta entregar uma parte da mercadoria. O fato é que o seu emprego dá ênfase especial a tudo o que vier DEPOIS dele, pois deliberadamente chama a atenção do leitor para aquilo que vai ser mostrado. Ele pode introduzir praticamente qualquer coisa: uma palavra, uma oração, uma citação ou uma lista (como acabei de fazer).

Parágrafos em textos técnicos

Não construa parágrafos muito extensos. A visão de um texto com parágrafos muito extensos, em textos profissionais, costuma afastar o leitor logo de cara. A impressão que causa é que se trata de um texto pesado e enfadonho. É claro que isso nem sempre é verdade. O texto pode ser claro e estar bem estruturado em logos parágrafos. No entanto, sua aparência pode de fato levar o leitor a uma aproximação superficial. 

Para evitar esse rico, use parágrafos menores e adote outras táticas para "oxigenar" o texto e lhe dar uma aparência mais convidativa. Mas não caia no exagero contrário, pois também não é recomendável criar um parágrafo para cada frase, dando a impressão de um texto sem coesão. Um parágrafo com duas a cinco frases é uma boa medida. Melhor ainda: crie parágrafos de extensão variada, suprimindo-se os muito extensos, como falei. Isso tornará seu texto visualmente atraente.

Elaboração de textos Técnicos e Profissionais

Antes de começar a escrever, responda quatro perguntas fundamentais:
- O que pretendo com esse texto?
- Quem é meu destinatário?
- Que informações devo transmitir para atingir meu objetivo?
- Como devo organizar essas informações?

O objetivo do texto
Estabeleça com absoluta precisão qual é o objetivo do texto. Estabelecer com clareza o objetivo principal de um texto é vital para você poder definir que rumo linguístico tomar.

O destinatário
Se no campo literário há uma discussão aberta sobre se o escritor deve ou não escrever pensando em seus leitores, o mesmo não ocorre com relação aos textos técnicos e profissionais. Você precisa levar em conta quem é o seu destinatário. Descarte a ideia de que, redigindo com a suficiente correção gramatical, o problema está resolvido. Não está. Você quer atenção do seu leitor. Para obter essa atenção, precisa conhecê-lo ao máximo. Assim, poderá decidir melhor qual vocabulário empregar, quais argumentos serão mais convincentes, quais esclarecimentos serão necessários, o que você poderá antecipar ou não, quais exemplos ilustrará seu raciocínio, qual o tom a ser empregado, quais partes do texto irá priorizar, etc.

Os conteúdos
Uma vez definido o principal objetivo do texto e estando bem desenhado o perfil do destinatário, como alcansar esse objetivo? Estabeleça objetivos intermediários. Para usarmos a metáfora do alpinismo, devemos nos perguntar quis vertentes da montanha nos conduzirão ao cume, que é nosso objetivo final. Devemos subir pelas mais transitáveis. Não há razão para excessos: basta definir de três a cinco objetivos intermediários bem escolhidos, ou seja, direcionados ao objetivo principal e à personalidade do destinatário. Se o objetivo principal de seu texto, uma carta, por exemplo, é fazer com que a empresa X compre a nova linha de produtos da empresa Y, onde você trabalha, seus objetivos intermediários poderiam ser, por exemplo, informar ao sr. Z (diretor) as vantagens e benefícios da compra, mostrar a qualidade da mercadoria, apresentar a nova linha enfatizando o que os clientes pensam dela, oferecer condições especiais para a compra, etc. Aborde o que será o conteúdo do texto: dados, motivos, argumentos, soluções...

A organização das informações
Agrupe suas idéias. Elimine as que considera dispensáveis, ou seja, aquelas incompatíveis com os objetivos intermediários, ou as que sejam redundantes. Decida a ordem em que suas idéias serão abordadas: tendo seu leitor em mente, apresente primeiro os argumentos que ele priorizaria.

Agora sim, redija seu texto.

Fique esperto!

Tenha sempre em mente que o nível de seu profissionalismo VAI ser medido pelo nível de seus textos. Isso é fato. Pode até ser injusto, mas é assim que funciona. Mesmo que produzir textos escritos não seja uma das atribuições principais de sua profissão, não seja ingênuo a ponto de achar que seus bilhetes, e-mails, cartas, seu cartão de visitas, até sua agenda (!), vão passar despercebidos. Erro crasso. Considere seriamente, portanto, investir no aperfeiçoamento de seus textos técnicos e profissionais. O bom uso da linguagem pode fazer maravilhas pela sua carreira.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Como escrever bem - parte 2

Ao se preparar para escrever algo, alguns passos devem ser seguidos. O primeiro deles é identificar claramente sobre o que você vai escrever. Se você não tem a mínima idéia do que dirá no texto, é melhor procurar alguma fonte de informação que possa lhe auxiliar, ou correrá o risco de dizer algo equivocado. Saber sobre o que se vai dizer é metade da tarefa, a outra, aliás, é transformar tudo em palavras, ligá-las de forma adequada e, se for o caso, melhorar a construções e as ligações, em um segundo momento, geralmente. 

Bem, se você já tem em mente o que irá abordar no texto, precisa escolher a forma como fará isso. Essa fase é como escolher as suas roupas para vestir: se você vai ao cinema, usa um tipo de roupa, entretanto, se vai ao velório, usa outro tipo, e se vai a praia (ou esquiar), um outro, diferente dos anteriores, mas você precisa ter no seu guarda-roupa todos esses modelos, pois não sabe quando será preciso utilizá-los. Assim, se vai escrever para seu blog (internet/informal), para um jornal (jornalismo/internet) ou uma tese de doutorado (acadêmico), deve se encaixar no estilo esperado pelos que irão lê-lo. Jamais o contrário. Além disso, escrever bem não se refere unicamente ao texto em si, mas o modo como você o apresenta aos seus leitores.

Como escrever bem - parte 1

De modo geral, pessoas que escrevem bem leem muito. Diariamente. Incessantemente, às vezes.A leitura treina o cérebro. A leitura nos garante novas possibilidades de textos, novo vocabulário, novas idéias, novos estilos até. Leia blogs, leia gibis, jornais, leia de tudo, mas privilegie as pessoas que escrevam bem, pois elas podem te ensinar mais sobre como escrever do que os que escrevem não adequadamente. Mas preste atenção: se você quer escrever bem, não pode ler mal. O modo como se lê também é importante. Ler é ler, certo? Errado. Não são todas as pessoas que lêem da mesma maneira... Ler como lazer não é como ler para aprender. Infelizmente.

Passo seguinte: escrever. Quem quer escrever bem, escreve. E escreve. E escreve. Porque você pode ler todos os livros da biblioteca do rei Salomão, mas, se jamais escrever algo, quando escrever, seu primeiro texto escrito estará fraco e imaturo. O segundo texto geralmente sairá melhor que o primeiro e assim por diante. É treino. Você já aprendeu a ler, já o fez suficientemente, agora treine escrever suas próprias histórias e seus próprios personagens... O texto passa a fluir mais tranqüilamente quando já se escreveu dezenas deles pela vida. Você passa a arriscar mais, repete construções que lhe agradaram, insere vocabulário novo, sabe o que interessa ao leitor, sabe, enfim, escrever.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O princípio da consistência

O princípio da consistência é elemento importante no estilo e pode ser analisado de três formas complementares: consistência da expressão gramatical; consistência de categoria; consistência de sequência.
  1. A consistência de expressão gramatical é violada quando, na enumeração de três itens, o primeiro é um substantivo, o segundo, uma frase e o terceiro, um período completo, o que confunde e distrai o leitor. Outro exemplo seria a enumeração cujos itens se iniciassem, ora por substantivo, ora por verbo. Vejamos: na redação científica, cumpre observar, entre outras regras: (1) terminologia precisa; (2) pontuação criteriosa; (3) não abusar de sinônimos; (4) evitar ambiguidade de referências – Observe como fica melhor: (1) terminologia precisa; (2) pontuação criteriosa; (3) sinonímia restrita; (4) referências precisas.
  2. A consistência de categoria reside no equilíbrio que deve ser mantido nas principais seções do capítulo ou subseções da seção. Um capítulo cujas três primeiras seções se referem, respectivamente, aos aspectos tecnológicos, econômicos e sociais dos sistemas de informação, e a quarta seção que trate de ferramentas de análise e desenvolvimento de sistemas de informação, está desequilibrado. A quarta seção, sem dúvida, apresenta matéria de categoria diferente da abordada pelas três primeiras, devendo pertencer a outro capítulo.
  3. A consistência de seqüência está relacionada à ordem que deve ser mantida na apresentação de capítulos, seções e subseções do trabalho. Embora nem sempre a seqüência a ser observada seja cronológica, existe lógica inerente ao assunto em qualquer enumeração. Uma vez detectada, a lógica determinará a ordem em que capítulos, seções, subseções e quaisquer outros elementos devem aparecer. Seja qual for a seqüência adotada, o que importa é que esta deve refletir organização lógica.

Estilo do texto científico

O estilo na redação de trabalhos científicos deve ter por referência princípios básicos que devem ser observados de modo a garantir o máximo de isenção e clareza na descrição da atividade de investigação desenvolvida.
Os princípios indispensáveis à redação acadêmica, comuns a outras formas de escrita, podem ser resumidos nas seguintes características: clareza; precisão; comunicabilidade e consistência.
A redação é clara quando não deixa margem a interpretações diferentes da que o autor deseja comunicar. A linguagem rebuscada, cheia de termos desnecessários, desvia a atenção do leitor, servindo apenas para o confundir.
A falta de clareza do texto aparece muitas vezes acompanhada de ambiguidade, falta de ordem na apresentação de idéias, utilização excessiva de termos com pouco uso na língua. O texto correto expõe os conceitos e a lógica pretendida em seqüência que estimule o prosseguimento da leitura.
O autor é claro quando usa linguagem precisa, quando atribui a cada palavra empregada o sentido exato do pensamento que deseja transmitir. É mais fácil ser preciso na linguagem científica do que na literária, uma vez que nesta última a escolha de termos é bem mais ampla. De qualquer forma, a seleção de termos inequívocos e a cautela no uso de expressões coloquiais (de uso comum: por exemplo, quer chova ou faça sol; ou das duas, uma) devem constituir preocupação sempre presentes na redação acadêmica.
A comunicabilidade é característica essencial na linguagem científica, os assuntos devem ser tratados de maneira direta e simples, expondo a lógica e a continuidade que sustentem as idéias defendidas.
A pontuação também deve ser usada criteriosamente, proporcionando pausas adequadas à compreensão do texto. Pontuação em excesso cansa o leitor e, quando deficiente, não oferece clareza.
Por último, o princípio da consistência é elemento importante no estilo e pode ser analisado de três formas complementares: consistência da expressão gramatical; consistência de categoria; consistência de seqüência.
  • A consistência de expressão gramatical.
  • A consistência de categoria.
  • A consistência de seqüência.

BookCrossing

Você sabe o que é BookCrossing?

BookCrossing é o conceito que veio para transformar o mundo numa biblioteca.
Essa prática consiste em deixar um livro num local público, para que outro leitor o leia e, por sua vez, também deixe esse livro em qualquer outro (ou o mesmo) local público.
Você pode registrar esse livro em http://www.bookcrossing.com.br/
Isso não é obrigatório, mas se você registrar, fará mais parte do conceito que é "Ler, Registrar e Libertar".
Para quem é extremamente apegado aos seus livros vale praticar um pouco o desapego!
Acesse o site http://www.bookcrossing.com.br/ e entenda melhor o conceito.

domingo, 24 de abril de 2011

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

As novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, e de acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haverá um período de transição até 2012 em que serão válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova.

sábado, 23 de abril de 2011

A função da Pontuação

A função dos sinais de pontuação é orientar o leitor para a melhor maneira de percorrer os textos que escrevemos.

A relação entre quem fala e quem ouve é muito mais simples que a relação entre quem escreve e quem lê. Quando falamos, somos mais facilmente entendidos do que quando escrevemos, porque, junto com as palavras pronunciadas, fornecemos também entonação, ritmo, pausas, gestos. Isso tudo serve como instruções sobre como esperamos ser compreendidos. Além disso, o ouvinte também contribui para o sucesso da comunicação, pois ele emite sinais de que está ou não acompanhando nosso discurso. Isso nos dá a oportunidade de refazer ou reforçar o que estamos dizendo. 

Na escrita, nada disso existe. O leitor está sozinho diante daquilo que escrevemos. Nosso texto não vem carregado das ênfases ou das sutilezas de tom que fazem parte da fala. Ele se materializa apenas como letras e sinais que distribuímos organizadamente no papel, na esperança de que o leitor possa compreender o que pensamos ter escrito. 

O texto é uma estrada a percorrer. Imagine que você terá de sinalizar uma estrada novinha, ainda sem uso. Imagine que ela é apneas uma extensa faixa de asfalto liso, sem manchas ou buracos, que vai de um ponto a outro do estado. Quando for inaugurada, no entando, deverá estar completa, com as faixas pintadas e com todos os sinais e placas necessários espalhados ao longo da via. A tarefa que lhe deram é vital para o motorista que vai passar por ali, pois é através da sinalização da estrada que o motorista será avisado de tudo aquilo que ele precisa saber para fazer uma viagem segura. Tudo  o que não for previsível para o motorista deverá ser assinalado ao longo do trajeto: estreitamento de faixas, desnível entre pista e acostamento, curvas, trechos sem visibilidade para ultrapassagem, velocidade máxima, etc. Quanto mais bem sinalizada a estrada, mais segura será a viagem

O texto, exatamente como a estrada, é uma linha que deve ser percorrida de um ponto a outro. Quanto mais bem pontuada uma frase ou um texto, maiores as chances de que a mensagem seja entendida pelo leitor tal como o autor a idealizou. Aqui entram os sinais de pontuação, os quais equivalem às placas e aos sinais da rodovia e, como estes, devem ser usados também para assinalar tudo o que for inesperado ou imprevisível na estrutura normal de nossa língua. A pontuação assinala modificações introduzidas nos padrões normais da frase; por causa disso, jamais um sinal de pontuação poderá interromper um vínculo sintático essencial. Jamais haverá pontuação separando o sujeito do verbo, o verbo de seus complementos, o termo regente do termo regido, o termo modificado do seu modificador.

Jamais devemos esquecer, portanto, que os sinais que colocamos em nossos textos estão ali para ser vistos pelos olhos do leitor, para avisá-lo de alguma coisa. Se os colocarmos nos lugares adequados, vamos ajudar o destinatário a processar confortavelmente nossa mensagem e a extrair dela  o significado que tínhamos em mente ao escrevê-la. É por isso que só pontuam bem aqueles que conseguem se colocar na mente de quem vai lê-los, isto é, aqueles que conseguem ler seu próprio texto com os olhos de outrem para se antecipar a suas possíveis dificuldades e hesitações.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Resumo de Textos

Resumir um texto é reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. É a síntese das idéias do texto e não das palavras ou frases. Fazer resumos é útil para se aprender a relacionar as idéias principais do texto e entender com clareza o assunto.

CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO RESUMO
a- Não iniciar com expressões do tipo "O autor diz...", "O texto mostra...".
b- Não apresentar juízos críticos, opiniões próprias,
c- Não colocar exemplos nem explicações desnecessárias,
d- Manter a progressão em que as idéias aparecem, observando os elementos conectores,
e- Utilizar linguagem clara e objetiva,
f- Evitar transcrição de frases do texto.
g- A extensão do resumo deve ter de 10 a 15 por cento da extensão do texto original.
ETAPAS NO PROCESSO DO RESUMO
a- Leitura integral para tomar contato com o texto,
b- Esclarecimento de eventuais dúvidas de vocabulário,
c- Releitura para identificação do tema e sua delimitação,
d- Destaque das palavras-chave das idéias de cada parágrafo,
e- Elaboração do esquema das idéias do texto, atentando-se para o relacionamento entre elas.
f- Montagem do texto, seguindo a progressão das idéias.
OBSERVAÇÃO:-    Se o texto a ser resumido for de pequena extensão, basta fazer o esquema das idéias principais de cada parágrafo.
-    Se o texto for de grande extensão, um livro, por exemplo, será necessário apreender seu conteúdo através das partes ou capítulos.

Vírgula

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode ser ofensiva.
Não quero comprar seu porco.
Não quero comprar, seu porco.

Uma vírgula muda tudo.

ABI (Associação Brasileira de Imprensa): 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Como escrever um livro - Mário Persona

Dicas para Diagramação



1) Estabeleça uma ordem hierárquica. Os leitores percebem rapidamente quais são as matérias mais importantes da página. As notícias principais ditam o tom da página.

2) Crie um centro de impacto visual. A imagem da matéria principal é o foco inicial de atenção dos leitores. Cada página deve ter um elemento gráfico dominante. Quase todas as páginas terão um elemento gráfico associado à matéria principal. O centro de impacto visual dá o tom da página. Se a matéria principal da primeira página é suave, os leitores automaticamente assumirão que a página inteira contém notícias suaves.

3) Organize. Os leitores estão sempre com pressa e a informação no jornal deve estar bem organizada para evitar confusão. A diagramação do jornal deve guiar o leitor ao que estiver procurando.

4) Contraste. Páginas de sucesso terão elementos verticais e horizontais. Também haverá elementos dominantes e secundários. Cada página terá uma matéria central, matérias principais e matérias secundárias.

5) Cor. A cor deve ser usada como um recurso informativo e não como decoração. É preferível usar cores apenas em fotos e gráficos. A cor também ajuda a guiar o leitor ao ler uma matéria. Os diagramadores devem usar cores baseadas em um raciocínio lógico. Lembre-se de usar cores com moderação.

6) Tipografia. Quanto maior for a variedade de letras e corpos usados, maior a probabilidade de confundir o leitor. Os editores devem investir mais tempo escrevendo as manchetes das matérias do que decidindo que tipo de corpo de letra usar no texto.

7) Surpreenda o leitor. Todos os dias o jornal deve dar ao leitor uma surpresa – uma manchete, foto, matéria, diagramação ou gráfico – que é tão extraordinária que ele desejará mostrar a surpresa para outra pessoa. O segredo: faça algo especial.

8) Rompa as regras. Regras foram feitas para serem rompidas, mas só se for por uma boa causa. Se as regras foram quebradas o tempo todo perde-se toda a coerência. Isso pode estragar a surpresa porque não há nada tradicional que sirva de comparação para o leitor. Diagramadores devem aventurar-se com as técnicas básicas. Não seja tão previsível ao ponto de ser chato.

9) Coerência. Mantenha as coisas no mesmo lugar todos os dias para que o leitor, que está sempre ocupado, não perca tempo procurando a informação.

10) Faça uma diagramação divertida. Peça a opinião de outras pessoas da redação e não tenha medo. Elabore um design simples, porem dinâmico. O conteúdo é a parte mais importante do design. Lembre-se de que o objetivo da diagramação é atrair o leitor para o interior do jornal.

(fonte: Mundo Editorial)

Curiosidade

De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem
as Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne
é que a piremria e útmlia Lteras
etejasm no lgaur crteo.
O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol,
que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa,
mas a plravaa cmoo um tdoo.

Sohw de bloa.


(retirado da internet) 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Trabalhos acadêmicos - estrutura básica

Geralmente, as instituições de ensino possuem seu próprio manual de orientação os alunos quanto à elaboração de trabalhos acadêmicos. Esses manuais seguem padrões de normalização e pesquisas aceitas no meio acadêmico. Entretanto, mesmo que cada instituição selecione uma forma para a apresentação de seus trabalhos, a estrutura básica de um trabalho acadêmico compreenderá sempre:
- elementos pré-textuais;
- elementos textuais;
- elementos pós-textuais.

Tipos de publicações

Livro. Segundo a UNESCO, considera-se livro a publicação com mais de 48 páginas; publicação não periódica.

Revista. É uma publicação periódica, com assuntos de interesse geral ou específico de uma atividade ou área do conhecimento.
Boletim. Publicação periódica com assuntos específicos de uma determinada atividade, dentro de uma área do conhecimento.
Folheto. Publicação não periódica, de 4 a 48 páginas no máximo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Preciso mesmo de um revisor?

Todo trabalho escrito, uma vez concluído, deve ser submetido a um revisor que não tenha interferido em nenhuma etapa de sua produção.

O autor, devido a sua familiaridade com o assunto e proximidade ao texto, quase sempre comete lapsos e equívocos que ele próprio não identifica em sucessivas leituras de seu trabalho.

Mesmo os orientadores acadêmicos formalmente responsáveis pelo acompanhamento da produção, pelos mesmos motivos anteriores, estão sujeitos a tais enganos e lapsos. É necessário que as revisões sejam feitas por profissionais compromissados com prazos e munidos de recursos no apoio a revisão.

Pilares da boa revisão

O revisor é um especialista textual e um especialista em leitura. No que diz respeito ao texto, são aspectos linguísticos que entram em jogo: padrões lexicais e terminológicos, padrões de coesão (específicos de gêneros textuais, por exemplo) e elementos sintáticos. No que diz respeito à leitura, são acessados aspectos extratextuais, de crítica literária, de teoria literária e de experiência de leitura. O revisor não é só um leitor. Ele é um leitor com experiência de leitura e representa todos os potenciais leitores do texto que revisa.

Autorevisão

O autor do texto pode fazer a auto-revisão? Ele é capaz para isso? Se entendermos revisão como interferências textuais visando melhorias que ampliem a clareza do texto, interferências que atingem palavras, frases, parágrafos, exclusões, inclusões, deslocamentos, etc, então podemos concluir que a auto-revisão pode, sim, ser feita pelo autor. Aliás, a auto-revisão deveria ser a primeira revisão pela qual um texto precisaria passar. Não a única, mas a primeira.

Entretanto, o que verificamos é que muitos autores veem a escrita como um processo de etapa única, em que o texto, uma vez escrito, não é mais alterado, afinal, quem escreve tenta escrever corretamente logo na primeira versão, não é mesmo? Nenhum autor iria primeiramente escrever errado para depois escrever certo, logicamente. Assim, raramente os autores fazem mudanças globais no texto, reescrevendo partes maiores, acrescentando ou tirando idéias. A maioria dos autores concebe a revisão com um recurso que é usado apenas quando algo sai errado na tentativa de escrever e que envolve aspectos superficiais da frase. Revisar seria apenas corrigir, dando um tratamento "cosmético" ao texto. Um trabalho a ser feito apenas para corrigir problemas superficiais de ortografia, pontuação e gramática. 

Autores raramente se auto-revisam porque não veem a revisão como um processo necessário na contrução do texto. Não acham que seus textos foram mal construídos, nem que possuem, eles próprios, baixa competência linguística. Assim, autorevisões não ocorrem com maior frequência devido a uma resistência passiva do autor em não querer revisar seu texto. Infelizmente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Autores e Revisores

O texto sempre será do autor. Cabe ao revisor ajudá-lo a melhorar, tirar as arestas, mas jamais tomar a obra como sua. A intervenção do revisor só é válida para melhorar. No texto bem revisado, nosso trabalho não aparece. Quem tem de se destacar é o próprio texto.